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HÍMEROS è um Colóquio sul-americano sobre essa temática, com 40 trabalhos já confirmados, exposição de pôsteres e vídeos, que serão selecionados, e a pré-estreia de "O ATO" - variações freudianas 2, pela Cia. Inconsciente em Cena. Confira os Palestrantes confirmados com os títulos de suas comunicações em 'PROGRAMAÇÃO'.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

FRAGMENTOS DE LACAN

Contra senso insensato, pois, para Antígona a vida só é abordável, só pode ser vivida e refletida a partir desse limite em que ela já perdeu a vida, em que ela está para além dela – mas de lá ela pode vê-la, vivê-la sob a forma do que está perdido.
É também de lá que a imagem de Antígona aparece-nos sob o aspecto que, literalmente, diz-nos ele, faz o Coro perder a cabeça, inflige as justas injustiças, e faz o Coro transpor todos os limites, jogar fora todo o respeito que ele pode ter pelos editos da Cidade.Nada é mais comovente do que esse hímeros enarges, esse desejo visível que se desprende das pálpebras da moça.
A iluminação violenta, o clarão da beleza, coincidem com o momento do franqueamento, da realização da Até de Antígona [...]. (Lacan, 1986, A ética da psicanálise, p. 339)
 
 

 
E a fórmula mais geral que lhes dou da sublimação é esta – ela eleva um objeto – e aqui não fugirei Às resonância de tracadilho que pode haver no termo que vou introduzir – à dignidade da Coisa. ( Lacan,1986, Aética da psicanálise, p.140)


 
A noção de criação deve ser promovida agora por nós, com o que ela comporta, um saber da criatura e do criador, pois ela é central não apenas no nosso tema, o motivo da sublimação, mas no da ética no sentido mais amplo. [...] Estabeleço isto, um objeto pode preencher essa função que lhe permite não evitar a Coisa como significnte, mas representá – la na medida em que  esse objeto é criado. ((Lacan, 1986, A ética da psicanálise, p. 150)
 

É um objeto dito de anamorfose. Penso que muitos sabem o que é – é toda espécie de construção feita de tal maneira que, por transposição ótica, uma cert forma que não é perceptível à primeira vista, se reúne emuma imagemlegível. O prazer consiste em vê-la surgir de uma forma indecifrável.( Lacan, A ética da psicanálise, p. 169)
 
 

 
No momento em que Cézanne pinta maçãs, trata-se evidentemente de que pintando maçãs ela faz algo bem diferente de imitar maçãs – embora sua última maneira de imitá-las, que é a mais impressionante, seja a mais orientada para a técnica de presentificação do objeto. [...] Cada qual sabe que há um mistério na maneira que tem Cèzanne de pintar maçãs, pois a relação com o real, tal como neste momento se renovana arte, faz então surgir o objeto de uma maneira que é lustral [...].( Lacan, A ética da psicanálise, p. 176))